Tecnologia e mudanças no mercado de trabalho, a tecnologia vem sendo cada vez mais determinante em diferentes nichos. Mudanças no mercado de trabalho rural vem se tornando uma realidade crescente e frequente.
Em alguns setores a tecnologia está ganhando mais espaço, sendo que algumas funções já são substituídas por máquinas e drones – os robôs frutos da inteligência artificial e automação de serviços.
Se por um lado as empresas ganham retorno com investimento tecnológico, na outra ponta ficam os trabalhadores e a mão de obra obsoleta que fazem aumentar a lista de desempregados.
Por isso, é importante constante adaptação desses
profissionais para se encaixar em novos tipos de serviço. Para tanto, essas pessoas devem buscar conhecimento e adquirir novas habilidades para que isso aconteça.
Tecnologia, amiga ou inimiga?
O ritmo do crescimento tecnológico está tão rápido que em poucos meses algumas inovações já são ultrapassadas por novas versões. É muito comum observar isso no mercado de telefones móveis e softwares, por exemplo.
Com a automação de serviços, são inegáveis o ganho econômico e a evolução como um todo. O crescimento exige certa dose de desconforto, mas se considerarmos as máquinas como aliadas, todos podem se beneficiar.
Tarefas repetitivas ganham mais velocidade e precisão na execução quando feitas através dos robôs. Assim, as pessoas podem se dedicar à outras atividades, mais intelectuais do que braçais, talvez até mais estratégicas e analíticas.
Porém, nem sempre isso é possível devido a uma carga operacional muito grande que pede atenção. Então, a tecnologia vem de encontro à necessidade de fazer com que o tempo possa ser mais bem aproveitado.
E como? Colocando no “botão automático” em tudo que for possível.
A tecnologia no mercado de trabalho rural
A adaptação se faz necessária. Quem preferir seguir apenas as metodologias antigas poderá, no médio e longo prazo, perder competitividade.
Para toda e qualquer empresa, é importante que a gestão esteja atenta às propostas de modernização de procedimentos e processos, sobretudo no mercado de trabalho rural.
E por quê?
Pelo fato de a mão de obra braçal ser desgastante e se tornar cada vez mais difícil encontrar profissionais preparados para lidar com elas.
E mais, os processos manuais não trazem ganho de tempo e nem de qualidade de vida para o funcionário.
Além disso, preparar subordinados para lidar com o trabalho em conjunto com as máquinas é uma ação que traz vantagens de controle e eficiência além da agilidade.
Com isso não apenas o gestor ganha, mas o funcionário também, pois ele se vê obrigado a evoluir intelectualmente, para adquirir capacitação para as novas competências que o mercado exige.
Vamos então falar de exemplos práticos.
Ordenha robotizada
Também recebe o nome de “ordenha voluntária”, onde o animal escolhe o momento de ser ordenhada, tudo isso em um ambiente tranquilo e controlado por computadores para se manter assim.
Além de controlar a qualidade do ambiente, mantendo luzes, pisos limpos e ventilação adequada, as máquinas identificam quando a vaca se posiciona e realiza a ordenha.
Em seguida, direcionam o leite coletado diretamente para o resfriamento em um tanque específico.
O sistema visa preservar o conforto do animal, assim como um rebanho saudável. A ordenha pode ser feita até duas vezes por dia, o que geralmente não acontece no processo manual.
Com o serviço de ordenha no automático, o proprietário pode se dedicar à outras inúmeras tarefas que a gestão do negócio pede.
Cocho automático
Outra tarefa que já pode ser realizada de forma autônoma por uma máquina é a distribuição de ração.
Além de poupar a mão de obra, ainda traz um ganho importante na questão de aproveitamento do alimento, pois evita o desperdício, uma vez que a reposição acontece apenas quando é preciso.
Alguns modelos são totalmente vedados e protegem o alimento das chuvas também.
O cocho ou distribuição automática de rações, pode ser aplicado ao trato de diversas espécies de animais.
Irrigação automatizada
Esse foi um dos processos que primeiro ganharam destaque no investimento tecnológico e hoje já está presente em todas as regiões do país.
O método possui diferentes tipos, pois a escolha precisa considerar solo, a topografia, o clima e o tipo de irrigação que a plantação necessita.
Além de automatizar o processo de irrigação, o sistema automático vem suprir a falta de água necessária na produção e pode ser programada para atender de maneira ideal as necessidades da cultura.
O aumento da produtividade é maior em até 3 vezes do que aqueles que possuem sistema de irrigação que dependem das chuvas.
Com isso, as perdas são baixas e com o produtor garantindo fornecimento, pode ampliar o atendimento do mercado interno e externo.
Colheita automatizada
Os tipos de lavoura e o grande volume de extensão delas em nosso país, nos faz refletir sobre maneiras de realizar a colheita ganhando produtividade e minimizando perdas.
De encontro á isso vem a “colheita mecanizada” que automatiza a maneira como o trabalho é realizado, trazendo agilidade e produtividade.
Algumas máquinas, podem ter acopladas computadores voltados para agricultura de precisão e enquanto a colheita ocorre, outros dados sobre o solo e condições da plantação também vão sendo armazenados o que dá uma visibilidade melhor para o gestor.
Outro ponto de destaque, não está somente na agilidade, mas sobretudo na economia de mão de obra devido a dificuldade de encontrar trabalhadores qualificados e aos encargos que a contratação demanda.
Conclusão
Os níveis tecnológicos de manejo são definidos em função do investimento de capital na produção agrícola – quanto maior o nível, maior será a sua produtividade.
Algumas funções inevitavelmente serão extinguidas e substituídas pelo trabalho das máquinas. Em contrapartida, até mesmo para isso, será necessário que haja atualização profissional.
A viabilidade da troca da mão de obra braçal por máquinas deve ser avaliada no médio e longo prazo, e pode ser implementada gradualmente como experimento nas atividades que apresentarem gargalos ou perdas importantes.
Daniel Aleixo
Engenheiro Agrônomo, Membro Titular do IBAPE/MS – CREA/MS 12.577/D