Coronavírus no Brasil
O Coronavírus não pegou nosso país de surpresa, na verdade, o que vem surpreendendo é a maneira rápida como o COVID19 vem se disseminando no Brasil, sobretudo na região sudeste.
Fora daqui o Coronavírus no mundo tem se comportado da mesma maneira, conforme nos mostra os noticiários, a trajetória devastadora teve início na China e atualmente vem fazendo muitas vítimas na Itália, deixando toda a Europa em alerta e claro, os demais países também.
A preocupação tem sentido, contudo, é preciso ter cuidado com as notícias recebidas, pois nem tudo que se ouve ou tem sido publicado é verídico e além disso, é preciso manter a calma neste momento de apreensão, pois tumultos e desespero só farão com que a situação piore.
Como regra base, manter a higiene, evitar locais fechados ou com tendência a aglomeração de pessoas, bem como restringir um pouco o contato através do toque.
Investir no reforço do sistema imunológico também é interessante.
Os impactos da pandemia do Coronavírus na economia e sociedade
No Brasil, todos os setores vem sofrendo os impactos do Coronavírus, alguns mais e outros menos. Paralisações e orientações para que as pessoas se mantenham em casa e longe de grandes multidões são divulgadas a cada dia, inclusive em atividades de rotina como trabalho, estudo, ida a supermercados, shoppings, etc.
A ideia é conter a expansão do
COVID19, pois a situação é séria e se medidas não forem tomadas com urgência, não apenas o Brasil, mas todo o mundo pode sofrer ainda mais com as consequências fatais que a doença pode causar.
No entanto, mudando agora a ótica e entendendo os desafios que a área da saúde enfrenta agora, vamos observar os impactos socio econômicos que o Brasil enfrenta e terá de lidar nos próximos meses, aqui vamos apontar alguns dos mais prováveis:
- Turismo terá queda drástica e a recuperação só se dará no longo prazo;
- Devido às paralisações das aulas em escolas e faculdades, sem previsão de retorno, o desnível no ensino vai se acentuar ainda mais;
- Com a orientação para que as pessoas não saiam às ruas, os donos de negócios sofrerão com a mão de obra incompleta;
- Por medo, milhares de pessoas com um simples resfriado estarão confundidas e vão super lotar hospitais, deixando o atendimento que já não é dos mais eficazes, mais lento e problemático;
- A população que se vê obrigada ao isolamento, pode sofrer com efeitos psicológicos negativos, que afetarão suas vidas até mesmo depois que tudo se normalizar;
- Os atletas e esportistas precisaram pausar seus treinos e com isso, o desempenho pode não ser o mesmo quando no retorno, além disso, a indústria esportiva sofrerá com os adiamentos de campeonatos locais, interestaduais e até mesmo mundiais;
- Ainda falando do tema acima, patrocinadores verão que o investimento terá o retorno adiado devido ao cenário incerto dos esportes;
- Bolsa de valores aponta quedas jamais vistas em todos os lugares;
- O sistema aéreo se vê em crise devido ao cancelamento de voos para determinadas partes do mundo, cujos viajantes, por vezes cruzavam o globo para fechar negociações importantes;
- Muito oportunismo em setores como comércio de alimentos e itens de higiene, subindo os preços dos produtos a níveis absurdos a fim de lucrar com o desespero da população.
E esses são apenas alguns pontos, pois o COVID19 fez com que comércios, industrias e empreendimentos de todas as áreas entrassem em uma forte turbulência.
Além disso, a sociedade se vê diante de algo novo e para quem não busca informação ou infelizmente, tem menos instrução, se deixa convencer por notícias verídicas ou não gerando um verdadeiro caos.
A tecnologia que é muito utilizada para comunicação massiva, não tem como restringir o compartilhamento desenfreado de mensagens e afirmações sobre o status do Coronavírus no Brasil e no mundo, então, de fato, o momento é delicado.
O que incentivo é a dar crédito apenas á fontes seguras e oficiais. Geralmente, mensagens disseminadas em grupos de whatsapp e redes sociais por pessoas físicas que não se identificam em nome de quem estão falando, são informações pouco confiáveis.
Coronavírus e o agronegócio
Nos casos em que a China seja um forte consumidor de produtos brasileiros, como é o caso da soja, veremos sim impactos negativos.
A economia que naturalmente está retraída devido a pandemia do COVID19 não fará acepção de setores, logo a agronomia também deve sofrer com ele.
Por outro lado, com as oscilações cambiais que estamos observando, é previsível que os insumos que importamos e os produtos que exportamos terão igualmente uma variação de preços.
No caso dos insumos acredito que o preço suba (dólar em alta) e no caso das exportações, o contrário, o preço caia, o que de certo modo mantém o Brasil dentro de uma posição ainda competitiva, pois talvez outros países desejem aproveitar a oportunidade.
Contudo, se a situação se prorrogar, certamente os altos estoques farão com que os produtores se vejam obrigados a fazer os preços caírem em grandes escalas, prejudicando bastante o nosso PIB.
A compra de insumos só é recomendada se realmente forem urgentes, caso contrário o ideal é aguardar antes de sair em busca deles pelo mundo afora.
A Bahia produz e exporta dentre outros produtos, algodão e um dos principais mercados está justamente na Ásia. Devido ao avanço do Corona naquela região, as encomendas foram reduzidas de forma drástica.
Esse estoque precisará ser vendido, pois não se trata só da venda, mas também das despesas que são geradas com a produção e manutenção do produto em nosso país.
COVID19 e os eventos de agronegócio
Conforme mencionamos anteriormente, eventos que tendencialmente iam gerar um grande público estão sendo cancelados ou adiados. Eventos importantes envolvendo o público alvo foram adiados ou cancelados devido ao Coronavírus.
Um exemplo disso é a Agro Brasília que reúne profissionais, investidores, fornecedores e empresários para conhecerem mais sobre tecnologia, mercado e agronegócio e de lá saem parcerias e muitas diretrizes para o setor.
A feira movimenta em torno de 1 bilhão de reais e era esperado um público médio de 120 mil pessoas. Contudo, não se sabe o que esperar enquanto não houver estabilidade da pandemia causada pelo Coronavírus. A feira foi adiada.
Outros eventos também foram adiados ou cancelados devido ao COVID19, confira abaixo:
- Família Nação Agro Caravana – Adiada
- Expoagro Afubra – Adiada
- Expopec – Adiada
- Femec – Adiada
- Congresso de Marketing Agro – Adiada
- Expogrande – Adiada
- Tecnoshow Comigo – Adiada
- Fiib – Adiada
- Foodex no Japão – Cancelada
- SIAL na China – Adiada
- Feedlot Summit Brasil – Adiada
- Innovar Paraguai – Adiada
- Fenicafe – Cancelada
- Expo Agropecuária Mundo Novo – Cancelada
- Agro 5.0 – Adiada
- Forum for the future of agriculture – Cancelada
- Encofee – Adiada
- Parecis Superagro – Adiada
- Exposul rural – Adiada
- Simpósio de Avicultura Brasil Sul – Adiada
- Expozebu – Adiada
- Agrobalsas – Adiada
- Agrishow – Adiada
- Agrotins – Adiada
A agenda anual dos eventos já estava pronta e os organizadores agora têm o desafio de desenvolver alternativas e novos planos, mesmo sem saber como o COVID19 continuará se comportando em nosso país e também no mundo.
Concluindo
Esperamos que com esse artigo tenha sido possível entender melhor sobre como a pandemia do Coronavírus vem impactando o mercado de agronomia de maneira geral.
Os profissionais da área devem avaliar com cuidado as informações e sobretudo entender que este é um momento transitório, onde será necessário uma visão estratégica para administrar a situação, contudo sem prever crescimento e verificando pontuais perdas.
Acreditamos que os impactos negativos poderão ser contornados logo que o controle da doença for estabelecido no mundo, sobretudo em nosso país.
Daniel Aleixo
Eng. Agrônomo
Membro Titular do IBAPE/MS – CREA/MS 12.577/D